Com uma escrita agradável e acessível, Rafael Padial examina rigorosamente o desenvolvimento do pensamento de Marx. O autor mostra que, ao enfrentar as concepções de Bauer, Stirner, Heß, Feuerbach e tantos outros, Marx rompia, em certa medida, com su as próprias concepções anteriores.
Nesse percurso Marx entra em contato com a classe operária, o que contribui para se distanciar ainda mais de suas posições liberais, democráticas e aquelas do chamado “socialismo verdadeiro”. Padial demonstra co mo a radicalidade das greves operárias contribuiu para Marx perceber a potencialidade das lutas consideradas até então como meramente econômicas, pois elas poderiam se tornar uma espécie de elemento intermediário no caminho da revolução.
Em seu l ivro, Padial não se limita apenas a expor o pensamento de Marx, o que já seria um enorme desafio. Analisa, também, tanto as interpretações que não levam em conta esta descontinuidade no pensamento do filósofo alemão, quanto aquelas que identificam ne sta ruptura a origem de uma nova ciência, conferindo a esta suposta ciência marxista um sentido positivo, não dialético.
Ao mesmo tempo em que reconhece a ruptura, Padial não a considera um mero processo epistemológico, mas também prático, por es tar relacionado à luta cotidiana da classe operária. Padial desvela, assim, o essencial da obra madura de Marx – comumente ocultado por aqueles que a identificam, sem qualquer corte, à obra juvenil –, a saber, o seu caráter negativo, contraditório e, sobretudo, revolucionário. (Fernando Dillenburg)
Sobre o autor: Rafael Padial é doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
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Autor |
RAFAEL, PADIAL |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
630 |
Ano de edição |
2024 |