Quando comprometida com a verdade, a mídia é fundamental na vida de uma sociedade. Quando não, é perniciosa, porque cria verdades, falseia fatos, faz (mal) a cabeça. A mídia brasileira tem faltado com a verdade, ao repisar a ideia de que as formas li nguísticas de prestígio são as únicas certas do ponto de vista da estrutura linguística. Se não fosse a confusão entre língua e gramática normativa, entre língua falada e língua escrita e as deprimentes associações entre língua e inteligência/burrice , competência/incompetência, beleza/feiura sucesso/insucesso, todas as colunas de dicas de português espalhadas por jornais, revistas e tevês prestariam um grande serviço à comunidade. Mas a mídia presta um desserviço, porque com elas reforça um dos aspectos mais sórdidos do ser humano: a divisão entre classes e a exclusão social. Como (socio)linguista, Maria Marta Pereira Scherre apresenta aqui evidências claras de que o certo e o errado em toda e qualquer língua conhecida realmente não são co nceitos absolutos. Como cidadã, falante nativa do português brasileiro, estudiosa de variação linguística, ela demonstra que a mídia brasileira – apesar de pretender prestar um serviço ao buscar democratizar as sutilezas das gramáticas normativas, da norma-padrão – vem prestando um desserviço à inteligência e à dignidade humana, ao estabelecer identidade entre gramática normativa e língua ou idioma de um povo ao reforçar a confusão entre língua falada e língua escrita ao instigar e fortalecer o preconceito linguístico.
Código: |
L048-9788588456372 |
Código de barras: |
9788588456372 |
Peso (kg): |
0,250 |
Altura (cm): |
10,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
2,28 |
Autor |
PEREIRA, SCHERRE |
Editora |
PARÁBOLA EDITORIAL |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
160 |
Ano de edição |
2005 |