José Paulo Paes deixou pronto este livro. O último poema, entretanto, foi incluído postumamente: "Não há nada mais triste/ do que um cão em guarda/ ao cadáver de seu dono./ Eu não tenho cão./ Será que ainda estou vivo?". "Dúvida" foi encontrado no co mputador do poeta a data da última gravação é 8 de outubro de 1998, véspera da morte.No breve prefácio de Socráticas, Alfredo Bosi escreve: "Desta cidade poenta e ruidosa José Paulo Paes quis e soube ser uma espécie de Sócrates em tom menor: a consc iência vigilante que interroga e incomoda [...]". Ironia e auto-ironia são formas de expressão disseminadas por toda a sua obra. Estão presentes, por exemplo, no poema "Do Evangelho de São Jerônimo" (o santo dos tradutores): "A tradução - dizem-no co m desprezo - não é a mesma coisa que o original./ Talvez porque tradutor e autor não sejam a mesma pessoa./ Se fossem, teriam a mesma língua, o mesmo nome, a mesma mulher, o mesmo cachorro./ [...] Para evitar tal monotonia, o bom Deus dispôs, já no d ia da Criação, que tradução e original nunca fossem exatamente a mesma coisa./ Glória, pois, a Ele nas alturas, e paz, sob a terra, aos leitores de má vontade".Prêmio Jabuti 2002 de Melhor Livro de Poesia - Categoria Especial
Código: |
L112-9788535901160 |
Código de barras: |
9788535901160 |
Peso (kg): |
0,188 |
Altura (cm): |
23,00 |
Largura (cm): |
16,00 |
Espessura (cm): |
0,50 |
Autor |
Paes, José Paulo |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
96 |
Ano de edição |
2001 |