No primeiro ensaio, que dá título à obra, o autor foca em especial, a origem de alguns comportamentos incorporados aos hábitos culturais do brasileiro. Começa pelos preceitos importados do colonizador, em desarmonia com realidade brasileira, e que no s tornaram, já na origem, uma ¿gente guiada de longe, incapaz de se enxergar¿, e chega até a cultura atual --, cultura essa em que a opinião pública substitui a razão individual --, ou melhor, a falta de acesso à cultura patrocinada pelo poder, a pre servação da incultura, e a invasão da TV. No segundo, ¿Olho nos olhos¿, o foco é o cinema e a nova cultura midiática. Aqui vamos, historicamente, da sutileza do olhar à brutalidade da exposição. Usando sua vasta experiência de diretor de documentário s, o autor nos conduz, quadro a quadro, a ver. A visão como poderoso instrumento de revelação expõe a realidade de nossa cultura, de nossa identidade, de nosso cinema. Mas a imagem pode ser uma arma para induzir facilmente conceitos ricamente patroci nados por uma indústria milionária. Ainda assim, a informação visual, sobretudo a absorvida via documentário, exerce uma função importantíssima: a de permitir, a cada indivíduo, renovar a visão. No terceiro, ¿Cultura e inclusão¿, também aborda o Bras il colônia e nossas raízes: a disseminação da cultura e os fatores que a ela se opõem. Questiona acima de tudo a falta de acesso da população ao cinema brasileiro, ¿os mecanismos perversos¿ que impedem que a informação atinja seus objetivos. Para eli minar o estigma colonial, sugere ¿resgatar personalidades adormecidas para tornar viável a participação do enorme contingente de excluídos¿. E conclui: ¿ Dos bens duráveis há um que, por pertencer a todos, não se esvai. É a cultura: solo, lavoura e c olheita de uma riqueza que é coletiva.¿
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Autor |
Kuperman, Mario |
Editora |
MARCO ZERO |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
168 |
Ano de edição |
2007 |