Em 1989, 21 anos depois do emblemático 1968, o jornalista e romancista Zuenir Ventura lançou 1968 - O ano que não terminou, um clássico da não ficção brasileira. Sua investigação sobre o período, no entanto, não parou por aí. Para Zuenir, era preciso também averiguar onde se ouviriam os ecos dos sonhos e as desilusões de uma geração que ao menos pretendeu mudar o mundo. Para isso, investigou a maneira como os jovens da primeira década do século XXI se relacionavam com seus próprios corpos, com os corpos dos outros, com as drogas, com a política, ouvindo os filhos da revolução que não aconteceu. O resultado foi 1968 - O que fizemos de nós, lançado originalmente em 2008 e que viria a se firmar como outro clássico de um dos mestres do jornali smo brasileiro. Dividido em duas partes, Zuenir analisa aqui, primeiramente, o legado deixado pela geração 1968 e as mudanças na sociedade desde o lançamento original de O ano que não terminou. Da queda de tabus aos apelos pela liberdade democrática , ele revisita o período que abordara em sua obra célebre e trata de temas que constam no cotidiano do século XXI, tais como o culto ao corpo e a flexibilização do conceito de família. Em sequência, realizada longas e reveladoras entrevistas com pers onagens-chave de 68: Caetano Veloso, César Benjamin, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso, Franklin Martins e José Dirceu, além da crítica literária Heloísa Buarque de Hollanda, em cuja casa se realizou a festa de réveillon que dá a partida ao livro anterior. Todos avaliaram as atitudes que haviam tomado - sem necessariamente as reavaliar. Aqui, o episódio mais característico do lado repórter de Zuenir é sua ida a uma rave realizada no Riocentro, espaço de convenções e feiras na Zona Oes te do Rio de Janeiro. À época com 75 anos, ele atravessou a noite observando a multidão e conversando com jovens que se divertiam no embalo de um subgênero da música eletrônica, o trance psicodélico, e do êxtase. Ante seu espanto com a quantidade de pirulitos pendurados em cantos de boca, a bela “guia” lhe explicou: era para não trincar os dentes, um efeito colateral da droga sintética. No decorrer da madrugada, entretanto, Zuenir viu muitos preconceitos caírem por terra, entre eles o de que a moçada ia às raves atrás de sexo. Fruto desse esforço de reportagem e reflexão, 1968 - O que fizemos de nós veio a fazer companhia ao livro que Zuenir publicara vinte anos antes, O ano que não terminou. Neste “segundo volume”, portanto, o autor confe
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Autor |
Ventura, Zuenir |
Editora |
OBJETIVA |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
216 |
Ano de edição |
2013 |