Paul Ricoeur foi um dos principais filósofos contemporâneos. A riqueza de seu pensamento está fundamentada em diversos fatores, dos quais destacamos dois: primeiro, seu diálogo constante com diversas áreas do saber e suas consequentes interfaces: seg undo, sua atenta sensibilidade aos momentos históricos e à sua vivência, suas dores e alegrias. Assim, a temática do perdão se situa como exemplo fundamental dos dois fatores: ele é estudado a partir de diálogos e interfaces, mas também se trata de u m tema histórico, que permite uma reconciliação com os acontecimentos, bem como em um nível pessoal. Dentro dessa perspectiva, Ricoeur tem constantemente como pano de fundo em suas abordagens filosóficas, a inspiração teológica. Tais temas se colocam em uma zona limítrofe, entre a teologia e a filosofia. A temática do perdão aparece de forma explícita e sistematizada em uma obra tardia, La mémoire, l’histoire, l’oubli (2000) e por meio de uma abordagem ética e poítica. No entanto, podemos encont rá-la em outros momentos como horizonte, que se mostra, constantemente, como inspiração teológica, tal qual emerge na afirmação da lógica da superabundância. Dessa forma, a articulação da liberdade com o perdão é permitida tendo em vista o projeto ri coeuriano de uma filosofia da vontade, seguindo o caminho de uma eidética (ou fenomenologia), empírica (ou simbólica) e uma poética da liberdade e do perdão. Uma poética da vontade foi um projeto que ficou inacabado em se tratando do tema da liberdad e, mas podemos situá-lo dentro da proposta da sequência das obras La Métaphore vive e Temps et Récit. No âmbito do perdão, o projeto concretizado pelo filósofo francês foi o de uma fenomenologia, que está presente no epílogo da obra do ano 2000. No e ntanto, sugerimos a existência de uma “simbólica” e uma “poética” do perdão ao refazermos a trajetória do pensamento de Ricoeur, analisando seus termos constantes e suas interfaces, sobretudo aquela da teologia com a filosofia. Assim, encontramos com o grande exemplo desses temas constantes, que também afirmamos ser o horizonte do pensamento de nosso autor, aquele do “homem capaz”. No entanto, essa afirmação de modelo antropológico pode ser sustentada, em última instância, pela afirmação da lógic a da superabundância, que é a lógica do perdão. Assim, há o perdão e há a liberdade.
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Autor |
RENÉ, DENTZ |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
393 |
Ano de edição |
2019 |