Esse livro não só é o resultado de uma pesquisa pioneira sobre o tema, como uma contribuição brilhante e original ao seu estudo. O trabalho enfoca a atuação da indústria do disco em nosso país durante os anos de 1970, tratando portanto do período de consolidação de um modelo que hoje se encontra em evidente crise. Sua discussão sobre o desenvolvimento da complexa questão dos direitos autorais, por exemplo, assume renovado interesse neste momento em que a distribuição digital coloca o controle da propriedade intelectual sob crescente tensão. A preocupação da autora com o tema da construção da imagem pública do artista, focado especialmente nas carreiras de Fagner e Belchior, pode nos oferecer um novo olhar sobre o cenário atual, em que peque nas gravadoras e artistas autônomos buscam visibilidade num espaço outrora dominado por grandes conglomerados.