“Nem o rio nos separa” é um título que evidencia a abordagem desta obra. Apesar do obstáculo natural imposto pelas águas do rio Mamoré, comunidades brasileiras e bolivianas que habitam as cidades-gêmeas de Guajará-Mirim e Guayaramerín exibem um modus vivendi complementar. Situadas junto à fronteira Brasil-Bolívia, as cidades-gêmeas abordadas neste livro desempenham papéis importantes nas trocas internacionais, no desenho das redes urbanas e na territorialização amazônica. Por meio de dados atual izados e inéditos acerca de uma região pouco estudada, o leitor terá acesso a informações que ajudam a compreender o arranjo dos fluxos. Trata-se de uma obra de interesse para os estudos urbanos, regionais, a Geopolítica, a Geohistória, as Relações Internacionais e, principalmente, àqueles que têm pesquisado e/ou apresentado interesse sobre a temática dos estudos transfronteiriços. Viver na fronteira é experimentar diariamente o exercício do estranhamento: social, étnico, nacional e cambial. É também habitar uma área extremamente sensível do território. É aprender a conviver com as diferenças e estar aberto às mudanças que a alta política impõe na vida cotidiana.