O realismo sempre trouxe em si um antagonismo interno, uma espécie de unidade de atração e repulsa em relação a si mesmo e ao real que pretendia representar, pois, enquanto criticava a realidade de que surgiu, participava de sua construção. Sempre fo i, de fato, uma unidade tensionada entre opostos, um atrito entre a realidade que pretendia ser e a realidade que de fato não era, expressando assim as próprias contradições da história e do tecido social, em cada momento. O que no fundo prevalece no realismo de hoje – o que lhe dá forma e o constitui – é, mais uma vez, um problema não resolvido de ressonâncias éticas e morais, que ultrapassa questões de construção textual e discussões a respeito da fidelidade ao real, que ocupou tanto a crítica do século XX. Talvez o realismo hoje tenha finalmente perdido uma parte de seu valor de conhecimento, aquele que, utopicamente, poderia levar a uma crítica negativa radical e necessária da sociedade contemporânea.
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Autor |
TÂNIA, PELLEGRINI |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
282 |
Ano de edição |
2018 |