• NOIVA DA REVOLUÇÃO: ELEGIA PARA UMA RE(LI)GIÃO

A cidade, com suas construções e acidentes geográficos, só existe quando percorrida pela memória é a experiência humana que trafega por suas ruas e lhe confere sentido - particular e coletivo. Neste livro, quem nos convida a conhecer a cartografia d o Recife são as reminiscências de um dos maiores intelectuais brasileiros: Francisco de Oliveira.Não se trata de um emaranhado de datas e documentos históricos. Testemunha de fatos políticos e sociais que marcaram o Brasil e o Nordeste, o sociólogo p ernambucano desenvolve, em Noiva da revolução, um ensaio histórico-político-sentimental munido de suas lembranças, ''''''''duas mãos e o sentimento do mundo'''''''', como registra. Neste texto inédito, Chico conta que estava junto do então governador Miguel Arraes quando o coronel Dutra de Castilho deu-lhe voz de prisão, no Palácio do Campo das Princesas. Relata também a escuta, em uma extensão telefônica, do diálogo entre Arraes e João Goulart, este ironizando o ''''''''medo'''''''' do governador diante da mov imentação das tropas do general Justino, que segundo o presidente (deposto posteriormente) estariam nas ruas para proteger Arraes.Tais revelações são descritas na prosa rica em poesias e canções, encadeadas não apenas pela diversidade das reminiscênc ias pessoais do autor, mas sobretudo pela análise contumaz daquilo que não foi, da cidade e de sua promessa de realização. Sobre o Recife, a ''''''''Noiva da revolução'''''''' segundo poema de Carlos Pena Filho, Chico de Oliveira diz: ''''''''Cerimônia marcada, na undécima hora sempre chegavam sinistros homens, deixando para trás amargas lembranças vestidas de luto''''''''.Além do ensaio inédito sobre o Recife, o volume, publicado pela Boitempo, trás nova edição de Elegia para uma re(li)gião, uma das principais obras de Chico de Oliveira. Escrito há mais de três décadas, em 1977, o texto é um estudo sobre as relações do Estado com a sociedade brasileira e nordestina, abarcando a experiência da Sudene - criada em 1959, extinta em 2001 por FHC e relançada pe lo presidente Lula, em 2003.Como assinala em Noiva da revolução, o Recife da Sudene foi ''''''''provavelmente o lugar central do conflito de classes no Brasil do final dos 1950 e toda a década de 1960 isto é, servindo-me de Lenin, um autor em desuso, o elo mais fraco da cadeia do colapso do populismo, cujo epicentro, na verdade, encontrava-se em São Paulo''''''''. Ambos os ensaios são um diálogo candente da produção do sociólogo, da interpretação sobre o Nordeste, de suas memórias, de suas paixões.

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Autor DE, OLIVEIRA
Editora BOITEMPO EDITORIAL
Idioma Português
Encadernação BROCHURA
Páginas 280
Ano de edição 2008

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NOIVA DA REVOLUÇÃO: ELEGIA PARA UMA RE(LI)GIÃO