• POSES E POSTURAS: PERFORMANCES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA LITERATURA BRASILEIRA (1850-1950)

Poses e posturas inspira-se, em parte, no que a crítica argentina Sylvia Molloy chamou de “epistemologia da pose”, conceito afim, mas não idêntico, ao de “epistemologia do armário”, de Eve Kosofsky Sedgwick. Se as noções de “pose” (feminizada) e “pos tura” (masculinizada) estão quase sempre relacionadas com
identidades individuais ou performances de gênero, na virada do século XIX esses conceitos adquirem um significado mais amplo, associado também à cultura e à identidade nacionais, seja no qu e diz respeito ao desejo de imitação (cosmopolita), seja na angústia que este desejo provoca. Da ambivalência do “travestimento” enquanto disfarce na obra de Joaquim Manuel de Macedo à construção e desconstrução do armário em torno da figura de Mário de Andrade, os ensaios aqui reunidos tratam desta instabilidade que caracteriza as identidades e identificações de gênero, sexualidade e cultura letrada durante os cem anos em que se procurou definir a autenticidade da nação brasileira e o tipo naci onal.
Ao lado do tipo original e viril do Homem brasileiro, surgia uma série de atitudes e tipos considerados inautênticos ou afeminados: entre eles, o figurino, o esnobe, o cabotino, o rastaquera, o bovarista e o pernóstico.

Um livro sobre gêne ro e sexualidade na literatura produzida no Brasil entre fins do século XIX e meados do XX. Também uma obra na qual as performances de gênero e sexualidade são usadas para discutir o caráter nacional e as novas imagens de masculinidade e família o p apel da imprensa na difusão de identidades heterodissidentes as relações entre modernidade e cosmopolitismo, bem como certos consensos da historiografia literária.

Cobrindo um arco histórico que vai de Joaquim Manuel de Macedo a Mário de Andrade, passando por Raul Pompeia, João do Rio e José Lins do Rego apoiado em extensa pesquisa de artigos científicos, de críticos brasileiros, latino-americanos e anglófonos, bem como de material de imprensa, Braga-Pinto descortina com enorme originalidad e um possível panorama da literatura queer brasileira.

Prova disso é a liberdade para discordar de importantes críticos de gerações anteriores — como Walnice Nogueira Galvão, cujo estudo sobre a “donzela guerreira” omite menções à sexualidade e ao desejo homoerótico, ou Davi Arrigucci Jr., para quem a penetração de Oscar Wilde no Brasil teria ocorrido de maneira supostamente “tardia e fantasmagórica” —, ao mesmo tempo em que aproveita contribuições de críticos estrangeiros, como a argentina S

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Autor CÉSAR, BRAGA-PINTO
Editora ALAMEDA EDITORIAL
Idioma Português
Encadernação BROCHURA
Páginas 322
Ano de edição 2023

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POSES E POSTURAS: PERFORMANCES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA LITERATURA BRASILEIRA (1850-1950)