Conhecido do público brasileiro por obras-primas como O queijo e os vermes e História noturna, Carlo Ginzburg levanta uma polêmica sobre as visões contemporâneas da história, com a elegância e sobriedade já conhecidas. Na seqüência de Olhos de madeir a - Nove reflexões sobre a distância, o historiador italiano dedica-se neste livro a desmontar a visão pós-moderna da historiografia como prática retórica, desobrigada de qualquer objetividade.Ginzburg traça uma genealogia do pós-modernismo e chega à obra do filósofo alemão Friederich Nietzsche e suas idéias juvenis sobre a retórica, para então mostrar a vigência de uma outra tradição que, desde Aristóteles, vincula estreitamente a retórica à prova.O historiador estuda momentos exemplares desse vínculo. A leitura de um trecho famoso da Educação sentimental, de Gustave Flaubert, vem mostrar como o discurso literário não elimina a correspondência entre ficção e história. Segundo o autor, a construção literária não é incompatível com a prova h istórica.Ao analisar o quadro Demoiselles d''''''''Avignon, de Picasso, Ginzbug mostra como a educação clássica do pintor lhe permitiu conhecer melhor culturas estranhas à sua formação. Ginzburg destaca assim a importância da tradição clássica para a vis ão de culturas alheias e distantes, ao contrário do que faria supor o relativismo pós-moderno.
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Autor |
Ginzburg, Carlo |
Editora |
COMPANHIA DAS LETRAS |
Idioma |
Português |
Encadernação |
BROCHURA |
Páginas |
216 |
Ano de edição |
2002 |